É tudo culpa dos video-games (re)flexão!

Pois é, estava demorando mas já começaram a culpar os videogames pelo massacre no Realengo. Claro, eles tinham que achar um mártir pra causa. O atormentado fez várias citações a Bíblia, a religiões, a deuses e jesuses da vida na tal carta agora, deixa ele jogar meia hora de GTA e pronto, encontrado o problema do porque ele entra em uma escola atirando em crianças e adolescentes. Mas, como nem tudo na vida é um jogo, eis que algumas luzes surgem. Fica o texto reflexivo para os hipócritas, de brilhante autoria de Maurício Meirelles:

Após mais um caso de chacina na escola, novamente o videogame e seus “jogos violentos” aparecem como vilões e também responsáveis pela tragédia.

Parece que a cada dia o CSI vai perdendo mais a graça. Tá fácil investigar crime.

-O cara explodiu uma bomba no metrô? Mas era óbvio! Ele sempre jogou Campo Minado. Caso encerrado.

- O rapaz estuprou a menina? Mas era óbvio. Ele nunca foi bom em Paciência. Caso Encerrado.

Especialistas sempre relacionam assassinatos com o videogame. Eu queria saber qual a relação do Tetris, do Pac Man e do Sonic nas DUAS GUERRAS MUNDIAIS, que aconteceram antes mesmo da televisão existir?

Acho até que se tivesse o videogame naquela época aí é que não teria guerra. Os caras estariam tentando zerar o Enduro. Não iam ter tempo de fazer mais nada.

-Os alemães estão chegando na cidade.
-Deixa eles. Ainda tô na fase da neve.


Na boa? Acho que o Super Homem incentiva muito mais morte que o GTA. Pra ser Super homem, basta colocar uma toalha nas costas e pular da janela. Fim. Morreu.

Pra roubar todo mundo e virar o gangster da cidade é muito mais complicado. Olha aí quanto tempo o Sarney levou.

Inclusive, acho que o GTA é muito educativo. O sujeito rouba um carro e na hora já aparece a policia. Você fica desesperado.

Se você pegar um lança-chamas e usar nas pessoas, meu amigo, aparece a Swat e te enche de tiro. A criança vendo isso na hora associa:

-Nunca usar um lança-chamas.

Sinceramente, se videogame realmente influenciasse as pessoas eu seria viciado em cogumelo e entraria em todos os canos da cidade. Ia enfiar a cabeça em blocos de concreto pra ganhar dinheiro.

No transito eu tava feito. Quero passar? Jogo uma casca de tartaruga no motoboy.

Tá com raiva do camelô? Solta haduken.

Alias, quem dera se o videogame influenciase as pessoas. Imagina que legal o Adriano magro e fazendo gol na vida real?

Você atrasado pra chegar no trabalho, passa no CHECKPOINT e ganha mais 1 horinha?

Se o videogame fosse de verdade, com certeza o mundo ia ser menos violento. Ia dar muito menos confusão se o Corinthians ganhasse semanalmente a Libertadores.

PS: meu jogo favorito é Resident Evil e eu nunca matei um zumbi sequer em toda minha vida... e agora, hein?!?